30 dezembro 2015

Intium operum fraternitatis MMXVI

12:53

Caros confrades, 

"Qual a importância ou vantagem para a confraria da Madeira a viagem ao Chipre?"

Esta foi a primeira reação de um confrade da Academia Madeirense das Carnes/Confraria Gastronómica da Madeira ao ter conhecimento da nossa presença no Chipre. Ora, desde sempre a Confraria Madeirense defendeu as relações de amizade e de intercâmbio entre confrarias, sejam elas nacionais ou internacionais, pois defende igualmente de que a defesa da herança cultural gastronómica e baquica da Região Autónoma da Madeira passa por ter conhecimento de outras realidades e vivências e darmos a conhecer a nossa cultura e maneira de estar. 

Caros confrades, para mim não existe nenhum trauma em aceitar a informação de que um dos pratos mais típicos da gastronomia da Madeira (estou a falar da carne de vinho-e-alhos) tenha origem no Minho, como aceito e defendo a tese de que um outro prato típico da Madeira (a "Espetada em espeto de louro") tenha a sua origem na Região do Ribatejo ou mesmo que o Bolo do Caco seja uma vivência do norte de África. Fico é preocupado pela atitude muitas vezes tida e tomada por pretensos defensores da gastronomia Madeirense quando está em causa criticar o comportamento de amigos ou de alguém ligado ao seu meio, no atropelo que estes fazem à herança cultural, gastronómica e baquica da Madeira. 

Muito provavelmente o XVI Capítulo da Academia Madeirense das Carnes/Confraria Gastronómica da Madeira será o capítulo com mais presenças de confrarias na Região Autónoma da Madeira. Isto também devido às presenças de confrades Madeirenses que, durante os 16 anos de existência da confraria Madeirense, têm marcado com a sua presença em centenas de Capítulos realizados no espaço nacional e internacional. Peço que os agora poucos confrades Madeirenses também não faltem a este importante evento para a confraria Madeirense.

A deslocação de confrades da AMC/CGM à Bulgária, Roménia, Macedónia, Croácia, Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha e Canadá continua a estar nos objetivos da confraria Madeirense. No entanto, sou da opinião que em 2016 as atenções deveriam ser dirigidas para os países onde a confraria já esteve e deveríamos tentar estar presentes pela 1ª vez na Holanda e na Finlândia. Já as presenças no Chipre e na Áustria estão agendadas para o mês de Maio.

O ano de 2016 será de máxima importância para o movimento confradico nacional e internacional. Acredito de que serão dados passos para a criação de um Organismo Internacional de Federações Nacionais de Confrarias e Portugal deverá contribuir para que esse organismo seja uma realidade que há muito se espera. Desejo que a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira tenha coragem e vontade política para elevar a gastronomia Madeirense a Património Cultural Regional, que a Academia Madeirense das Carnes/Confraria Gastronómica da Madeira seja convidada a fazer parte do Conselho Regional de Turismo e que os responsáveis pela promoção turística da Região Autónoma da Madeira reconheçam a importância da gastronomia atlântica da Madeira na promoção da Região.

O critério para as presenças dos confrades da Madeira em eventos organizados por outras nunca deverá obedecer o ridículo e estúpido principio de que "se não estás no meu evento, tenho o direito de não estar no vosso". As confrarias não existem para fazerem ou cultivarem favores mas sim para defenderem e promoverem o seu território e a sua herança cultural gastronómica e baquica da região onde está inserida. E parto do princípio de que todas as presenças da Academia Madeirense das Carnes/Confraria Gastronómica da Madeira em eventos realizados dentro e fora da RAM são uma mais-valia na defesa da herança gastronómica e baquica da região e do seu destino turístico.

Sou da opinião de que a direção da AMC/CGM no inicio de 2016 deverá tentar reunir com os responsáveis dos grupos parlamentares da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira e apresentar a todos a ideia da Elevação da Gastronomia Madeirense a Património Cultural Regional.

Congratulo-me pela eleição da Região Autónoma da Madeira para a melhor Região Turística Insular do Mundo. Mas, no entanto, recomendo aos responsáveis pelo turismo e promoção do Arquipélago da Madeira para que não fiquem a dormir à sombra da bananeira e que pugnem para que a Madeira consiga conservar este estatuto pelo maior número de anos possível. E aconselho de que a defesa da gastronomia atlântica da Madeira é e será uma mais-valia para a manutenção deste estatuto de Melhor Região Insular Turística do Mundo.

Acabo terminando este meu texto acreditando no sucesso das várias actividades que a Confraria da Madeira irá com certeza realizar em 2016, ano que agora tem o seu início, e no sucesso do seu XVI Grande Capítulo que se realizará de 22 a 25 de Abril. 

Este texto é da inteira responsabilidade do seu autor, não compromete nem pretende comprometer a actual direção da AMC/CGM.

Gregório J.S.Freitas,
Confrade fundador.

Estreito de Câmara de Lobos, Janeiro de 2016. 





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A Academia Madeirense das Carnes - Confraria Gastronómica da Madeira é uma associação sem fins lucrativos, que promove e defende a Gastronomia Regional Madeirense e todo o seu partimónio cultura.

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